A Liga Contra o Câncer realizou o primeiro depósito de patente de um produto desenvolvido no Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI). Idealizado a partir da observação da farmacêutica da Liga, Verônica Azevedo, o dispositivo para dissolução de comprimidos é um marco histórico para a instituição e foi criado com o objetivo de solucionar a dificuldade para administração segura e padronizada de comprimidos para pacientes com sonda nasoenteral.
De acordo com o médico Francisco Irochima, gerente do Escritório de Inovação da Liga, foram seis meses de pesquisa entre a ideia e o protótipo. O instituto participou de todas as etapas do desenvolvimento do produto, dando suporte intelectual e técnico desde a avaliação da sua viabilidade, passando pela prototipação e depósito do pedido de registro de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
“A primeira etapa consistiu na ideação e aplicação dos métodos inventivos, seguida pela busca patentária realizada por um escritório credenciado contratado. Os desenhos vetoriais, a modelagem e a impressão 3D representaram, juntas, a terceira etapa. A quarta etapa consistiu dos testes e ajustes no protótipo, seguidos da elaboração e depósito do pedido de registro de patente”, afirma Irochima.
Os dispositivos promovem a dissolução do comprimido para que possa ser administrado de forma alternativa. O medicamento é colocado em uma câmara que, após ser conectada hermeticamente à uma seringa com diluente, promove a dissolução do comprimido por meio de movimentos de vai e vem do êmbolo da seringa. Também foi desenvolvido um obturador para ser utilizado da mesma forma, porém com o comprimido inserido dentro da seringa. Dessa forma, não há risco de vazamento, contaminação ou exposição do profissional que manipula a preparação de medicamentos potencialmente tóxicos.
Após o depósito do pedido de patente, o processo segue os trâmites até o exame técnico e a concessão. Vencidas essas etapas e com a parceria de uma indústria que obedeça a todas as normativas, o produto poderá ser licenciado para comercialização e uso.
“Com a nova invenção, se abre uma nova perspectiva para a formulação de comprimidos que possam ser administrados agora por um método padrão como o oferecido na patente. Para a Liga, que entra no rol das raras instituições com esse perfil, que têm um processo criativo interno materializado de forma formal em uma patente de invenção, é um incentivo para que nossos colaboradores tenham cada vez mais o olhar criativo, inovador e empreendedor para os problemas que enfrentamos no dia a dia”, comemora o médico.
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